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ABRAPP responde a jornal e revista

Reproduzimos, abaixo, correspondência enviada pela Abrapp à revista EXAME e ao jornal DCI, em resposta às matérias com conteúdo equivocado publicadas em seus veículos:

"Admiradores do jornalismo de qualidade que o seu veículo pratica e, especialmente, dos cuidados que cercam a apuração dos fatos e os princípios que regem a isso tudo, nos confessamos surpresos com os equívocos cometidos na matéria publicada sob o título "Nossos Fundos são piores", em sua edição mais recente. É algo que lamentamos por inverídico ou no mínimo pouco preciso, e mais ainda por suas consequências, na medida em que ajuda a lançar uma imagem desfavorável sobre uma fonte de poupança tão útil aos aposentados de amanhã e ao Brasil de hoje. Para os primeiros porque dependem da ampliação dessas reservas para disporem de uma renda digna ao se aposentarem. No segundo caso, nos referimos mais especificamente à economia brasileira, que nos dias atuais se ressente mais que nunca de sua baixa capacidade poupadora.

Os dados que parecem ter dado origem à matéria publicada em sua revista não condizem com os números apurados por fontes isentas em um universo amplo e de alta representatividade, o que pode ter como causa, no caso das informações utilizadas por EXAME, um levantamento insuficiente e estatisticamente pouco representativo.

A matéria menciona um retorno de 3,2% nos últimos 5 anos, quando o que temos apurado para a carteira consolidada dos fundos de pensão brasileiros no período é uma rentabilidade de 9,7%. O que verificamos aqui é uma diferença extraordinária de resultados, sendo que os referidos 3,2% se aplicam, segundo cálculos de nossa área técnica, apenas aos ganhos obtidos com a renda variável.

É no terreno da renda variável, aliás, que os números oferecidos pela matéria inspiram mais dúvidas. Por exemplo, os leitores são informados de retornos desacompanhados dos índices a que se referem e sem que os números fornecidos encontrem respaldo no IBRx ou Ibovespa. O texto afirma que a exposição média em uma única ação chega a quase 10% da carteira, algo que não encontramos em nenhuma de nossas estatísticas. Ao analisarmos tais discrepâncias, novamente volta a impressão de que o jornalista foi vítima de um universo pesquisado pouco representativo.

É o que pode explicar a afirmação de que apenas 10 ações representam 94% da carteira total dos fundos de pensão, algo que definitivamente não cabe na realidade, quando se sabe que a parcela de renda variável corresponde a uma fatia de pouco mais de 23% do total dos ativos dos fundos.

A matéria comete outro deslize quando diz que 3% da carteira dos fundos encontra hoje investida no exterior, algo que equivaleria a cerca de R$ 20 bilhões. Não há estatísticas a esse respeito, mas todas as estimativas disponíveis e mencionadas por especialistas dão como provável no máximo 1%.

Ao lado disso, o texto ignora fatos altamente positivos. É claro que atual conjuntura brasileira criou um quadro de dificuldades, mas difícil para todos os investidores e não apenas para os fundos de pensão, que diferentemente de muitos dos demais podem, em razão de seus ciclos longos, aguardar dias melhores.

Os números globais não deixam margem a dúvidas quanto a isso. As estatísticas mostram, por exemplo, que os fundos de pensão do Brasil exibem um nível de solvência, expressão que traduz o patrimônio versus obrigações futuras, superior a de muitos países tradicionais, estando à frente do Canadá, Reino Unido e Estados Unidos.

Isso não poderia acontecer sem gestão, controles e governança, que permitiram aos fundos de pensão brasileiros alcançar nos últimos 7 anos uma rentabilidade real de nada menos de 28,56%, o que os colocou na 5ª posição entre os países que conseguiram o maior retorno no período no Mundo.

Esses são os fatos vividos por um sistema que abrange no Brasil 317 fundos de pensão, administradores de 1.100 planos de benefícios, e plenamente merecedores de terem essa sua realidade conhecida pelos leitores de um veículo de mídia como o seu".

(Diário dos Fundos de Pensão | 18 de novembro de 2015)

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